by Eduardo Stark
O universo criado por Tolkien é cheio de criaturas e monstros que apenas a imaginação humana pode conceber. Muitos desses seres já existiam previamente em lendas populares. Porém, aproveitando esse legado cultural, Tolkien apresentou algumas dessas figuras em seu próprio legendarium. Com isso ele estabeleceu certo vínculo cultural de suas histórias com os contos populares da Inglaterra.
Um desses seres é o conhecido Homem da Lua, uma figura lendária que tem suas origens perdidas no tempo da história humana. Tolkien escreveu mais de uma vez sobre esse personagem e o introduziu em seu legendarium. Porém ele se mantém ainda com um certo mistério inexplorado e precisa ser analisado com bastante cuidado.
O Homem da Lua, talvez seja uma das lendas mais antigas do mundo. Isso porque suas origens teriam uma ligação com o próprio surgimento dos primeiros mitos. A lua sempre foi um objeto celeste observável que encantou o ser humano e com isso trouxe diversas histórias.
Inicialmente a lua foi objeto de culto entre os povos antigos. Existem centenas de divindades em culturas espalhadas por todo o mundo que tem alguma relação com esse astro. Por exemplo, entre os gregos diversos deuses são associados à Lua como: Achelois, Phoebe, Artemis, Selene, Hecate, Neaera. Na mitologia finlandesa a lua é representada pela deusa Kuu, enquanto que na mitologia egípcia por Osiris, Thoth, Neith, Isis, Khonsu,Nephthys.
Em grande parte as divindades relacionadas à lua são femininas para fazer par com algum deus solar. Porém, nas lendas irlandesas existe o deus masculino Elatha, Elada, ou mesmo Ealadha. E na mitologia nórdica, Máni é a personificação masculina da lua que atravessa o céu em sua carruagem puxada por cavalos, e é perseguido continuamente pelo grande lobo Hati.
Enquanto que nas lendas relacionadas a religião judaico-cristã. Acredita-se que a origem do homem da lua esteja ligada a uma maldição de Deus a um homem que violou o sábado durante a grande viagem de Moisés. Conforme escrito na Bíblia em Números capítulo 15, versos 32 a 36, muito embora tal passagem não tenha relação com a Lua propriamente.
No período medieval, especialmente nas lendas germânicas, a origem do Homem da Lua é contada também em relação a violação de um dia sagrado, porém agora é o Domingo, tendo em vista a ideia cristã do dia sagrado ser o domingo:
Há muito tempo, em um domingo de manhã, um homem velho entrou na floresta para pegar madeira. Ele cortou um maço e amarrou em um forte esteio, e o colocando por cima do ombro começou a andar para casa com seu fardo. No caminho, ele encontrou um homem bonito com roupa de Domingo, caminhando em direção à Igreja. Este homem parou e perguntou ao carregador de madeira: “Você sabe que é Domingo na Terra, quando todos devem descansar de seus trabalhos?” “Domingo na terra, ou segunda-feira no céu, é tudo a mesma coisa para mim!”, riu o cortador de madeira. “Então carregue o seu maço para sempre”, respondeu o estranho. “E como você não valoriza o Domingo na terra, terá um perpétuo dia da lua no céu. E você ficará eternamente na lua, como um aviso para todos os violadores do dia do descanso.” Então o estranho desapareceu, e o homem foi levado com seu estoque e seu maço para a lua, onde ele permanece até hoje. (BARING-GOULD, p. 45) [1]
No folclore brasileiro, ligado à religião cristã, o homem da lua está relacionado com o São Jorge que lá combate o dragão. As manchas na lua representam os rastros dessa eterna batalha celeste. Porém, parece não haver relação alguma entre as lendas tradicionais do homem da lua com o São Jorge.
A referência ao Homem da Lua mais antiga na língua inglesa está nos escritos de Alexander Neckam (1157-1217), em seu livro “De Naturis Rerum”, com o título “De Macula lunae” (Sobre as marcas da lua). O autor discute sobre marcas e sombras que estão na lua e apresenta várias teorias sobre suas origens.
Na Inglaterra é possível que a lenda do Homem da Lua tenha origem em forma de poema na época do Rei Eduardo I (1239-1307), em um manuscrito medieval, escrito com letras góticas por volta de 1340, chamado de ‘Harley scribe’
O manuscrito está atualmente preservado pela Harleian library e consta como sendo o manuscrito nº 2253. O poema sobre o homem da lua tem o título “Mon in þe mone stond” e atualmente foi digitalizado (ff.114v-115r) pela British Library junto com outros poemas, conforme pode ser visto a seguir:
Em 1829, Joseph Ritson em seu livro “Ancient Songs and Ballads from the reign of king Henry the second to the revolution collected” apresenta uma transcrição do manuscrito “Harleian library nº 2253” conforme a seguir:
Mon, in the mone, stond ant streit,
On is bot-forke is burthen he bereth:
Hit is muche wonder that he na down slyt,
For doute leste he valle he shoddreth ant shereth:
When the forst freseth muche chele he byd,
The thornes beth kene is hattren to-tereth;
Nis no wytht in the world that wot wen he syt,
Ne, bote hit bue the hegge, whet wedes he wereth.
Whider trowe this mon ha the wey take,
He hath set is o fot is other to foren,
For non hithte that he hath ne sytht me hym ner shake,
He is the slowest mon that ever wes yboren.
Wher he were o the feld pycchynde stake,
For hope of ys thornes to dutten is doren,
He mot myd is twybyl other trous make,
Other al is days werk ther were yloren.
This ilke mon upon heh whener he were,
Wher he were y he mone boren ant yfed.
He leneth on is fork ease a grey frère,
This crokede caynard sore he is adred.
Hit is mony day go that he was here,
Ichot of is ernde he nath nout ysped;
He hath hewe sumwher a burthen of brere,
Tharefore sum Hayward hath taken ys wed.
“Yef thy wed ys ytake, bring hom the trous,
Sete forth thyn other fot, stryd over sty;
We shule preye the haywart hom to ur hous,
Ant maken hum at heyse for the maystry;
Drynke to hym deorly of fol god bous,
Ant oure dame Douse shal sitten hym by,
When that he is dronke ase a dreynt mous,
Thenne we schule borewe the wed ate baylet”
This mon hereth me nout, thah ich to hym crye
Ichot the cherl is def, the del hym to-drawe!
Thah ic yeghe upon heth nulle nout hye,
The lostlase ladde con nout o lawe.
Hupe forth, Hubert! Hosede pye,
Ichot thart amarstled in to the mawe;
Thah me teone with hum that myn the mye,
The cherld nul nout adoun er the day dawe.
Joseph Ritson em sua introdução a transcrição do manuscrito ressalta a história do homem que violou o sábado, que está presente na Bíblia. E afirma que “Com a ideia de nossos antepassados terem um ser imaginário, o tema talvez seja um dos mais antigos e uma das superstições mais populares do mundo.” (RITSON, p.58).[2]
Existe a noção de que esse personagem é um transgressor de algum dos mandamentos, seja ele o domingo, a vida ou o roubo. Dentro das lendas cristãs, o poeta Dante Alighieri (1265-1321) associa o Homem da Lua como sendo Caim, no livro A Divina Comédia. Enquanto que Geoffrey Chaucer (1343-1400) em “Testament of Cresside” relaciona esse personagem com a ideia de roubo.
William Shakespeare (1564-1616) também faz referência ao Homem da Lua em sua obra “Midsummer Night’s Dream.” ( Sonhos de uma noite de Verão) Em um diálogo do Ato 2, cena 2 em que a resposta é: “Tudo o que tenho a dizer é que a lanterna é a lua. Eu o homem da lua. Este espinho meu arbusto de espinhos.E este cachorro, meu cachorro”.[3] Outro poeta, John Lyly, influenciado por Shakespeare, escreve no prólogo de seu livro Endymion (1591) “Não vive ninguém sob o sol que saiba o que fazer do homem da lua”.[4]
Em 1621 há uma peça ou balada chamada “The Man in the Moon Drinks Claret” publicada em uma única folha com uma ilustração do Homem da Lua, um homem sorrindo com uma bebida na mão em cima da lua. Um trecho dessa balada está assim descrita, traduzida sem observar a rima original:
“O homem da lua bebe clarete,
Mas ele é um maçante Jack-a-Dandy;
Conhecia uma cabeça de ovelha de uma cenoura?
Ele deveria aprender a beber centeio e aguardente “.[5]
No século XIX a lenda do Homem da Lua passou a ser registrada em poemas. O que já estava enraizado no imaginário popular inglês, agora passa a ter forma literária. Foi assim que muitos livros com referências ao personagem foram publicados a partir de 1810.
O primeiro a registrar os versos mais populares parece ter sido Joseph Ritson, em seu livro “Gammer Gurton’s Garland: or, The Nursery Parnassus; A Choice Collection of Pretty Songs and Verses, for the Amusement of All Little Good Children Who Can Neither Read nor Run” na segunda parte, que foi publicado em 1810. Os versos foram reproduzidos muitas vezes posteriormente e são os seguintes:
O homem da lua tomou uma queda
E perguntou o caminho para Norwich;
Ele foi pelo sul e queimou a boca
ao jantar mingau de ervilha fria.[6]
Ritson continuou sua pesquisa sobre poemas infantis e acabou transcrevendo os versos mais antigos de 1340, como já mostrado acima. A partir dos livros de Ritson é que a lenda se popularizou ainda mais entre os britânicos.
Um importante registro sobre o Homem da Lua foi feito por Jacob Grimm, em seu livro “Deutsche Mythologie”, publicado em 1835. Na parte em que trata sobre o “Céu e as Estrelas” apresenta uma análise sobre as origem do Homem da Lua. Esse livro se tornou um marco sobre o tema por reunir quase todas as informações na época sobre a origem do Homem da Lua. Os livros que foram publicados posteriormente quase que reescrevem o que foi tratado por Grimm.
Assim, o livro de Jacob Grimm influenciou outros estudiosos de mitos e lendas e provocou entre os ingleses a vontade tratar sobre esse personagem. Em 1883, o livro de Grimm ganhou uma tradução para o Inglês feita por James Steven Stallybrass, o que aumentou ainda mais os estudos e poesias sobre o personagem. Importante ressaltar que o livro de Jacob Grimm parece ter sido uma das fontes de Tolkien para construir o seu próprio personagem de O Homem da Lua.
Em 1839, o livro “The Man in the Moon” foi publicado em Oxford. Porém de forma anônima, tendo como autor apenas a informação de que se tratava de um graduando da Worcester College, em Oxford. O livro contém uma série de poemas dedicadas a lenda do homem da lua. Ao escrever o poema em 1915, Tolkien tinha em mente se aprimorar mais em relação a escrita de versos. Foi assim que pode ter tido contato com o livro. No entanto, Christina Scull e Wayne Hammond ao comentar sobre essa relação afirmam que “não há evidência de que Tolkien conhecesse essa obra anterior, nem razão alguma que ele poderia ter aproveitado isso para si”. (HAMMOND, The Adventures…p.188)[7] E admitem a possibilidade que Tolkien tivesse conhecido “At the Back of the North Wind” (1870) de George MacDonald, em que a rima “Hey Diddle Diddle” está mais relacionado com a escrita de Tolkien e com a tradição dos versos sobre O Homem da Lua.
Em 1846, o poema mais popular sobre o Homem da Lua foram publicados em uma coletânea feita pela editora Theodore Bliss com o título “The Book of Nursery Rhymes complete, from the creation of the world to the present time”.
Charles Sloman escreveu uma música com o título “A Shrewd Old Fellow’s the Man in the Moon” em 1848. O versos parecem sérios e remetem a um personagem que viveu incontáveis eras da humanidade e que vive em um palácio.Conforme pode ser lido abaixo:
Do meu palácio de luz, olho para a terra,
Desde quando as pequenas estrelas estão brilhando ao meu redor;
Embora com séculos de idade, agora estou mais brilhante
Como quando no meu nascimento, o Velho Adão me encontrou.
Oh! As coisas estranhas que eu vi,
Desde quando a Terra usava sua roupa verde!
Rei depois de rei foram tombando,
E a anarquia das mãos vermelhas usou a coroa!
Do mundo que está debaixo de mim, eu não anseio nenhuma dádiva,
Pois sou um velho perspicaz, o Homem da Lua
E olhei para o meio do mar em fúria
Quando o mundo estava inundado e tudo estava perdido
Salvo uma embarcação abençoada, preservadora da vida,
Que percorreu em segurança, embora houvesse a tempestade.
Eu tenho visto o crime vestido de arminho e ouro,
E a virtude estremecendo no frio do inverno.
Eu tenho visto o hipócrita sorrir sem querer
Enquanto a retidão e a honestidade ficam insaciáveis.
Oh! As coisas estranhas que eu vi,
Desde quando a Terra usava sua roupa verde!
Olhei para a coroa que a colocava
Do vilão que, fazendo votos de afeição,
Envenenou a orelha da donzela crédula,
Então a deixou peneirar com dor no coração carregada.
Oh! Oh! Se é assim então que é o mundo, digo eu,
Manterei minha casa no céu azul claro;
Ainda habitarei no meu planeta, anseio como gratidão,
Pois a Terra nunca será para o Homem na Lua .[8]
Em “Curious Myths of the Middle Ages” (1866) o autor Sabine Baring-Gould tenta resgatar as origens da lenda do Homem da Lua e traça paralelos com as lendas medievais germânicas e fontes de escritores famosos. Embora não seja conclusivo quanto a real origem da lenda, a ideia central parece estar vinculada aos tempos medievais e por isso foi incluído entre as lendas desse período.
Agora em 1885, analisando várias histórias sobre a lua, o Rev. Timothy Harley, em seu livro Moon Lore, apresenta vários comentários sobre a lenda, tentando formar suas origens e relacionar com os textos já escritos sobre o assunto.
No livro “Luniolatry Ancient and Modern: A Lecteure” de autoria de Gerald Massey, publicado em 1887, é feita uma análise sobre a lua e o que já havia se estudado até então sobre esse astro. Nele é mencionado a lenda do Homem da Lua conforme já mencionado, a figura do humano que descumpre o dia do descanso, porém acrescenta que ele seria alguém cruel com sua mãe ou irmã e isso poderia representar as fases da lua.
Em 1897 foi publicado “Mother Goose in Prose” por L. Frank Baum, com ilustrações de Maxfield Parrish. O livro contém uma versão em prosa da história do Homem da Lua, bem como outras poesias infantis conhecidas nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Em 1901, no livro “Classic Myths” Mary Catherine Judd reconta em prosa a lenda do Homem da Lua com base na sua origem bíblica, onde o homem é condenado a morar na lua por ter desobedecido o sábado, porém incluí a lenda como tendo origem germânica. Interessante observar que logo após a lenda do Homem da Lua, no livro é possível ler “A Story of a Evening Star”, e “Evening Star” é como Tolkien chamou Earendel em seu primeiro poema escrito em 1914 “A Viagem de Earendel, a estrela vespertina” (The Voyage of Earendel, the Evening Star).
Florence Holbrook reconta em prosa a lenda do Homem da Lua em dois textos “The Children in the Moon” e “Why There is a Man in the Moon”, no livro “The Book of Nature Myths”, publicado em 1902.
O Homem da Lua se tornou cada vez mais frequente em livros infantis a partir do final do século XIX e início do século XX. Desde então passou a ser visto em diversas mídias desde filmes, series televisivas, revistas etc.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:
ANÔNIMO. The Book of Nursery Rhymes complete, from the creation of the world to the present time. Philadelphia, Theodore Bliss e Co. 1846.
BARING-GOULD, Sabine. Curious Myths of the Middle Ages, Roberts Brothers, Boston, 1866.
BAUM, L. Frank. Mother Goose in Prose. Way & Williams, Chicago, 1897.
BURDICK, Lewis Dayton. Oriental Studies. Irving Company, Oxford, 1905.
HAMMOND, Wayne G. SCULL, Christina. The Adventures of Tom Bombadil, HarperCollins, Londres, 2014.
HARLEY, the Rev. Timothy, FRAS. Moon Lore, Swan Sonnenschein, Le Bas & Lowry, Londres, 1885.
HOLBROOK, Florence.The Book of Nature Myths. Houghton Mifflin and Company, Cambridge, 1902.
JUDD, Mary Catherine. Classic Myths: Greek, German, and Scandinavian, Retold for Primary Pupils. School Education Company, Minneapolis, 1896.
MASSEY, Gerald. Luniolatry Ancient and Modern: A Lecteure. Gilla Bordighiekra New Southgate, Londres, 1887.
RITSON, Joseph. Gammer Gurton’s Garland: or, The Nursery Parnassus; A Choice Collection of Pretty Songs and Verses, for the Amusement of All Little Good Children Who Can Neither Read nor Run,R. Triphook, Londres, 1810.
_______________Ancient Songs and Ballads from the reign of king Henry the second to the revolution collected Volume I, Oxford University School of English, Londres, 1829.
THISELTON-DYER, T.F. English Folk‐lore, Hardwicke & Bogue, Londres, 1878.
British Library. Harley Ms 2253. Digitalesed Manuscripts. Disponível em: “http://www.bl.uk/manuscripts/FullDisplay.aspx?ref=Harley_MS_2253&index=0. Acessado em: 28 de junho de 2017.
——————————————————–
NOTAS:
[1] Ages ago there went one Sunday morning an old man into the wood to hew sticks. He cut a faggot and slung it on a stout staff, cast it over his shoulder, and began to trudge home with his burden. On his way he met a handsome man in Sunday suit, walking towards the Church; this man stopped and asked the faggot-bearer, “Do you know that this is Sunday on earth, when all must rest from their labors?” “Sunday on earth, or Monday in heaven, it is all one to me!” laughed the wood-cutter. “Then bear your bundle forever,” answered the stranger; “and as you value not Sunday on earth, yours shall be a perpetual Moon-day in heaven; and you shall stand for eternity in the moon, a warning to all Sabbath-breakers.” Thereupon the stranger vanished, and the man was caught up with his stock and his faggot into the moon, where he stands yet.
[2] “With the idea our ancestors entertained of an imaginary being, the subject of perhaps one of the most ancient as well as one of the most popular superstitious in the world”. (RITSON, p.58).
[3] All I have to say is, to tell you that the lantern is the moon; I the man in the moon; this thorn-bush my thorn-bush; and this dog my dog.”
[4] “There liveth none under the sunne, that knows what to make of the man in the moone.”
[5] “The man in the moon drinks claret, /But he is a dull Jack-a-Dandy;/Would he know a sheep’s head from a carrot, /He should learn to drink cyder and brandy.”
[6] The man in the moon came tumbling down/And asked his way to Norwich; /He went by the south and burnt his mouth/With supping cold pease porridge. (The Book of Nursery…p.40)
[7] “there is no evidence that Tolkien knew of the earlier work, nor any reason why he should have drawn upon it for his own” (HAMMOND, The Adventures…p.188).
[8] “From my palace of light I look down upon earth, /When the tiny stars are twinkling round me;
Though centuries old, I am now as bright/As when at my birth Old Adam found me. /Oh! the strange sights that I have seen, /Since earth first wore her garment of green! /King after king has been toppled down,/And red-handed anarchy’s worn the crown! /From the world that’s beneath me I crave not a boon, /For a shrewd old fellow’s the Man in the Moon. /And I looked on ‘mid the watery strife, /When the world was deluged and all was lost/Save one blessed vessel, preserver of life, /Which rode on through safety, though tempest tost. /I have seen crime clothed in ermine and gold, /And virtue shuddering in winter’s cold. /I have seen the hypocrite blandly smile, /While straightforward honesty starved the while. /Oh! the strange sights that I have seen, /Since earth first wore her garment of green! /I have gazed on the coronet decking the brow/Of the villain who, breathing affection’s vow, /Hath poisoned the ear of the credulous maiden, /Then left her to pine with heart grief laden. /Oh! oh! if this, then, be the world, say I, /I’ll keep to my home in the clear blue sky; /Still to dwell in my planet I crave as a boon, /For the earth ne’er will do for the Man in the Moon.”
O post A lenda do Homem da Lua antes de J.R.R. Tolkien apareceu primeiro em Tolkien Brasil.